A Dança das Bandeirinhas só existe na cidade de Touros. Dança sincrética, na qual o profano e o religioso coexistem. Nos números coreográficos apresentados – louvações ao Senhor São João, cantadas ao lado de animados números do mais autentico forró, dançado aos pares – a dança das Bandeirinhas é dançada apenas por mulheres, participando senhoras e mocinhas. A primeira fase ocorre em um recinto fechado, diante da bandeira de São João Batista. Após as danças, o grupo, em cortejo, desfila pelas ruas da cidade.
Com a bandeira em punho, atravessa a cidade e após o tradicional banho e ao som de estrofes alusivas ao ato, retorna à casa de onde saíra para o encerramento.
Presentes no Brasil nas procissões e festas religiosas desde o século XVI, as bandeiras e estandartes valorizam as imagens dos santos [...]. A sua mobilidade torna as bandeiras de santo muito freqüente nas procissões. Assim, seu uso e porte são objetos de uma vigilância atenta, e indicam geralmente a posição social hierarquicamente superior daquele que as empunham.
No litoral da Paraíba e em alguns municípios do Rio Grande do Norte (em Touros) há relatos de que essas bandeiras estejam presentes até os dias atuais. Nessa última cidade ela aparece com o nome de ‘bandeirinha de São João’, como um estandarte de tecido no qual é bordada uma representação do santo batista, e guia uma procissão de fiéis para um banho coletivo noturno – reservado às mulheres – na noite de 23 de junho.
José Armando Da Silveira. FOLCLORE POTIGUAR: UMA PROPOSTA DE TRABALHO PARA EJA NO MUNICÍPIO DE LAGOA DE PEDRAS-RN (ver texto completo)
Luciana Chianca. Devoção e diversão: Expressões contemporâneas de festas e santos católicos. Revista ANTHROPOLÓGICAS, ano 11, vol. 18(2), 2007. (Ver texto completo)
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