Debaixo do Barro do Chão

O grupo foi criado em 1991 por alunos do curso de Educação Física, tendo como ponto forte, não somente a dança, mas a interação com a comunidade. Trata-se de uma troca de experiências entre o meio acadêmico e a produção cultural do mundo exterior a ele, sobretudo o das manifestações populares.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Um pouco da história do grupo


O grupo de dança Parafolclórico da UFRN foi criado em 1991 por alunos do curso de Educação Física. Sua coordenadora desde então, Rita Luzia, conta que a idéia surgiu durante as aulas de folclore assistida pelos futuros dançarinos e por causa do desejo de apresentar a um público uma parte da cultura norte-riograndense, representada através das danças populares. "Os alunos ficaram tão envolvidos com a disciplina que sentiram a necessidade de criar o grupo", explica Rita Luzia.

"Nós fazemos releituras das danças folclóricas", enfatiza coordenadora. Podem participar do grupo alunos, professores e funcionários da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e qualquer membro da comunidade. Lá também se aprende a dançar. "Os alunos passam por todas as funções e são criadores. Eles dançam, coordenam, coreografam e dirigem os espetáculos. Sendo que cada um exerce pelo menos uma vez cada atividade", explica.

O ponto forte do Parafolclórico, entretanto, não é a dança, mas a interação com a comunidade. Trata-se de uma troca de experiências entre o meio acadêmico e a produção cultural do mundo exterior a ele, sobretudo o das manifestações populares. O enlace é tão forte que a procura para participação no grupo é enorme.

Isso acontece porque os espetáculos não são construídos aleatoreamente. Todas as danças levadas ao palco pelo Parafolclórico passam por um intenso processo de pesquisa que abrange viagens pelo interior do Rio Grande do Norte, da Paraíba e outros. Apesar disso, a dança apresentada não é a cópia fiel do que os dançarinos, coreógrafos e diretores vêem nas comunidades, e sim uma releitura disso. "Nós entramos em contato com o bumba meu boi, pastoril e outras danças e os alunos e pesquisadores elaboram algo novo", afirma Rita Luzia.
Vale ressaltar que os componentes não são apenas artistas.

Fazem parte do grupo de dança também pesquisadores e historiadores, que atuam no processo de elaboração dos espetáculos. Há uma leitura histórica e científica das manifestações norte-riograndenses de cultura popular. Rita exemplifica contando que para montar a coreografia de "Dança das Bandeirinhas", uma das partes de "Debaixo do Barro do Chão", todos os membros do grupo visitaram Touros, Currais Novos e Campina Grande, na Paraíba. "Fomos também ver o São João de Mossoró. Foram dois anos de estudo ao todo para esse espetáculo estudando e colhendo material. Os alunos participavam trazendo cartazes, fitas e outros materiais".

Segundo a coordenadora, a escolha do tema vem da vontade de valorizar o que é nordestino. "Ressaltamos a importância dele para nossa cultura e fazemos referência ao Brasil", garante.

Matéria do Correio da tarde. Edição Número 1.313 - Ano IV - Natal e Mossoró, Terça-feira, 01 de Junho de 2010. Por Ramilla Souza . Disponível em http://www.correiodatarde.com.br/editorias/tudo-34122

Foto de apresentação da coreografia Maculelê na Reitoria da UFRN

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